
Esta foi uma semana particularmente estressante para mim. As obras na igreja estão muito morosas, as pessoas vêm fazer comentários sobre o pedreiro, que está trabalhando lentamente e que já fez isso antes em outras obras e que as deixa inconclusas, abandonado-a. Ele e seu ajudante caíram do andaime e se machucaram, saindo mais cedo na quarta-feira e não podendo trabalhar ontem, quinta-feira. O outro ajudante está com um problema de caroço no peito e não está trabalhando esta semana toda. Uma parte da areia comprada por nós para a obra foi tirada sem nossa autorização por alguém do trailler de lanches próximo à igreja. Um serviço contratado a mais de 3 semanas não foi entregue. O dinheiro parece que não está entrando no mesmo ritmo das saídas. E ainda alguns problemas de ordem pessoal que me deixaram angustiado.
Eu estava me julgando responsável pelo que de errado estava acontecendo, indigno de ser o pároco daqui pelos meus pecados. No entanto, ontem veio aqui um homem que vi pela quarta vez na minha vida.
Há 8 anos atrás, eu estava trabalhando como diácono na Catedral, onde o Pe. Geraldo Magalhães celebra uma missa carismática, conhecida como Missa da Graça, em que a igreja, que é grande, lota, com mais de 2 mil pessoas dentro, ocupando todos os bancos e corredores, muitos ficando do lado de fora. É uma missa linda e emocionante! Depois da Comunhão, ele me pediu que fizesse o passeio do Santíssimo, ou seja, circulasse pela catedral com a Hóstia Consagrada dentro do Ostensório. É o momento mais forte da celebração, em que se sente Jesus passeando no meio do povo. No final da igreja, próximo ao último banco da esquerda, uma senhora chorava muito (muitos outros também choravam). Completei o passeio por todo o templo e quando deveria voltar para o altar pelo corredor central, senti a necessidade de ir até aquela mulher. As pessoas tentavam me puxar em direção ao corredor central, mas eu fui na direção da mulher, atropelando as poltronas plásticas que haviam para mais pessoas poderem sentar, passando pela multidão apinhada ao meu lado e cheguei até ela. Aproximei-me de seu ouvido e disse baixinho: "Jesus mandou dizer que seu filho está curado". O incrível é que eu não sabia de quem se tratava, se tinha ou não filho, se este tinha ou não alguma enfermidade. Soube depois, que o marido precisou ampará-la, pois ela literalmente desabou naquele momento. Um sentimento fortíssimo me dominou e comecei a chorar muito, enquanto caminhava com o Ostensório em direção ao altar. Quem me acompanhava e outras pessoas também choravam. Uma senhora que me acompanhava, Lúcia, disse-me depois que havia sido algo muito forte.
Anos depois, já ordenado, não me lembro onde, encontrei um homem que veio conversar comigo. E lembrou-me dessa Missa da Graça. Disse-me que aquela mulher a quem me dirigi na Missa da Graça era sua esposa e que, na época, estavam sofrendo muito, pois seu filho tinha um problema de dependência de drogas; naquela noite ele conseguiu ficar livre dela. Reencontrei-o junto com a esposa uma outra vez em que estive na Matriz da Sagrada Família, na Posse, se não me engano para uma palestra para o ECC. E a quarta vez foi ontem.
A presença deste homem, Márcio, esposo da Dilma, foi-me um refrigério. Eu que havia sido instrumento de Jesus para dar um recado ao casal, recebi, sem que o sr. Márcio saiba, um recado de Deus para me tranquilizar. A presença dele significou para mim que Deus continua a meu lado e a fazer-me Seu instrumento, apesar da minha fragilidade humana. E, se Ele está comigo, as obras vão acontecer. Meu corpo todo dolorido devido à tensão causada pelos problemas que se vinham acumulando esta semana, relaxou. Após uma tranquila noite de sono, acordei melhor disposto. Os problemas começaram a se solucionar já na noite anterior, logo após a Adoração ao Santíssimo da qual participamos.
Para quem não tem fé, este testemunho não diz nada. Para quem tem fé, ele nem seria necessário, mas confirma a fé do crente.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
Tinguá, 19 de novembro de 2010
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