Neste domingo, 4 de agosto, a Igreja celebra a festa litúrgica de São João Maria Vianney, popularmente conhecido como “Cura d’Ars”.
João Maria nasceu na França em 1786, vivenciando, durante a infância, os eventos da Revolução Francesa, período em que a Igreja foi perseguida, o que obrigou o menino a receber a primeira comunhão numa casa particular, de forma clandestina, tendo sido preparado pela própria mãe para esse momento.
O pequeno Vianney, vendo com admiração o padre de sua aldeia, que celebrava escondido a Santa Missa, sentiu-se chamado ao sacerdócio, querendo ser um padre tão corajoso e piedoso quanto o seu pároco, mas tinha muita dificuldade para aprender; isso, no entanto, não o intimidou ou desestimulou. Com grande esforço, terminou seus estudos e foi ordenado sacerdote no dia 13 de agosto de 1815.
Aos 32 anos, foi nomeado pároco de Ars, uma pequena cidade do interior francês com apenas 230 habitantes, na qual o povo não recebia bem padre algum. João Maria aceitou a nomeação e entrou na cidade a pé, humildemente. Em sua primeira missa, estavam presentes apenas 4 mulheres e 2 crianças. Aos poucos, sua simplicidade e seu profundo espírito de oração e pobreza foi cativando a população local que, em pouco tempo, viu-se conquistada por aquele padre.
Sua biografia nos apresenta o padre João Maria como um confessor extraordinário, incansável na escuta e no aconselhamento aos que o procuravam pedindo perdão de seus pecados e a sua bênção, para que pudessem iniciar uma vida nova. Conta-se que chegava a passar até 16 horas por dia no confessionário.
Sua fama de confessor começou-se a espalhar para fora da pequena Ars. Começaram a aparecer, em número cada vez mais crescente, pessoas de outras localidades francesas e até de outros países da Europa.
Após 10 anos de trabalho pastoral, a cidade de Ars, conhecida pelos contrabandos e pelo desregramento de vida, havia se transformado totalmente. A Igreja, que servia anteriormente mais para negócios e para saber notícias, do que para rezar, vivia uma intensa vida de oração, sem crimes e com as famílias em paz.
O que atraía os pecadores para o padre Vianney era o seu próprio testemunho de vida: levava uma vida humilde, comia só o necessário, sacrificava-se e rezava muito. O povo reconhecia nele o “santo” quem tanto procurava. O resultado de seu trabalho em Ars confirmou a frase que João Maria pronunciara anos antes, quando fora nomeado para aquela paróquia que nenhum outro padre queria: “Diga-me onde fica Ars e eu te indicarei o caminho do céu”.
São João Maria Vianney morreu aos 73 anos, no dia 04 de agosto de 1859, esgotado por uma vida que já não mais lhe pertencia, mas a Deus e a Seu povo.
O papa São Pio X apresentou São João Maria Vianney como modelo para todos os sacerdotes e patrono dos párocos. Em 1959, o papa beato João XXIII fundamentou sua encíclica “Sacerdotii Nostri Primordia” na vida desse santo. Assim, no dia em que se festeja São João Maria Vianney, a Igreja dedica este dia a todos os sacerdotes e párocos, exortando os fiéis a permanecerem em oração pelos seus pastores.
Peçamos, pois, a intercessão de São João Maria Vianney por todos os nossos caros padres e também por nós. Que seu exemplo seja observado e seguido por todos a fim de construirmos juntos o Reino que Jesus, nosso Salvador, nos anunciou.
03/08/2002
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