Uma colega professora levou-me a uma igreja no centro de São Paulo em que, todo dia 10, há missa em honra a Santa Filomena.
Após a missa, fomos à secretaria, onde ela retirou um cordão colorido com alguns nós. Explicou-me que deveria fazer o pedido de uma graça e amarrar o cordão à cintura. Quando um ou todos os nós se desfizessem, a graça teria sido alcançada.
Dias mais tarde, ela contou-me que um dos nós havia-se desfeito e a graça tinha sido alcançada: o seu irmão mais novo, desempregado há mais de um ano, havia finalmente conseguido emprego.
Quando tivemos oportunidade de estar com um padre conhecido, contei-lhe o caso. Ele riu e fez um longo discurso sobre os malefícios dessas piedades populares, que impedem que o cristão faça a experiência de Deus nos sacramentos, principalmente na Eucaristia.
Seu discurso foi teologicamente perfeito e ele o sabia. Ao terminar, satisfeito consigo mesmo, quis saber de minha amiga o que ela pensava sobre tudo aquilo que ele dissera.
— Achei lindo o que o senhor falou, padre, e até concordo. Mas o fato é que, com essa piedade popular eu fiz uma experiência de Deus, eu alcancei uma graça. E nada... nem um discurso bonito pode mudar isso.
abril de 2001
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