TUA IRMÃ

Encontrou com uma mulher na rua, que encarnava tanta coisa que desprezava: era negra, era pobre, era obesa,era alcoólatra, estava suja, com roupas surradas, malcheirosa, a pele enferidada e blasfemava alto.
Desviou, enojado, o olhar e disse de si para si:
— Um trapo!
Mal deu um passo, uma locução interior estacou-o:
— Tua irmã!

março de 1999

Nenhum comentário: