Neste sábado, 8 de junho, a Igreja católica celebra a memória do Imaculado Coração de Maria. De origem devocional, trata-se de uma festa litúrgica móvel, ou seja, a cada ano cai em um dia diferente, sendo celebrada sempre no sábado após o 2.o domingo depois de Pentecostes, sendo sempre associada, pela proximidade, à solenidade do Sagrado Coração de Jesus (celebrado ontem, sexta-feira), realçando, assim, que o amor e o culto aos Corações de Jesus e de Maria estão juntos e, de certa forma, se completam.
Atribui-se a São João Eudes, grande apóstolo do Sagrado Coração de Jesus, a difusão ao Imaculado Coração de Maria, que desejava que a Igreja prestasse culto aos dois Sagrados Corações. A um pedido do seu, o bispo de Autun, na França, instituiu em sua Diocese a Festa do Imaculado Coração de Maria, celebrada solenemente, pela primeira vez, no dia 08 de fevereiro de 1648. Outras dioceses também passaram a celebrá-lo, como a de Palermo, na Itália, a partir de 22 de março de 1799, com autorização do então Papa, Pio VI. Em 1805, o Papa Pio VII concedeu autorização a todas as dioceses que o desejassem. Pio IX, em 1862, autorizou a sua realização em toda a Espanha; e o Papa Leão XIII, em 1899, determinou que a festa fosse realizada em toda a Itália. A oficialização para toda a Igreja deu-se a 4 de maio de 1944, quando o Papa Pio XII assinou o decreto Cultus Liturgicus, estabelecendo, inicialmente, a data de 22 de agosto para a celebração. Após a reforma do Calendário Litúrgico, passou a ser celebrada no sábado após o 2.o domingo depois de Pentecostes.
O culto ao Imaculado Coração de Maria ganhou novo impulso com as aparições de Nossa Senhora em Fátima, Portugal, em 1917. Por ocasião do jubileu de prata dessas aparições, o Papa Pio XII consagrou solenemente o mundo ao Imaculado Coração de Maria. Vários bispos em todo o mundo repetiram a atitude de Pio XII e também consagraram suas dioceses ao Coração de Maria, como a diocese de Montreal (Canadá), em abril de 1953; a de Toulon (França), em agosto de 1965, além da consagração de toda uma nação, como a Itália e Portugal, esta feita pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, ambas em 1959.
Quando de sua visita a Fátima, o Papa João Paulo II, a 13 de maio de 1982, disse em sua homilia: “Há 65 anos de distância das aparições, não é difícil descobrir como este amor salvífico do Coração da Mãe abraça, na sua amplitude, de modo particular, o nosso século”. Nesse mesmo dia, o Sumo Pontífice renovou a consagração da humanidade ao Imaculado Coração de Maria, confiando à sua intercessão materna particularmente “aqueles povos e nações mais necessitados desta entrega e desta consagração”, ato mais uma vez renovado na solenidade da Anunciação, durante a Quaresma de 1984. Em 1991, em Fátima, João Paulo II voltou a renovar a Consagração ao Imaculado Coração de Maria, na Cova da Íria, referindo-se já ao Terceiro Milênio Cristão, que agora vivemos.
Embora se fale do Coração de Maria, este é símbolo da personalidade toda da Mãe de Deus: de sua fé, pureza, compreensão, amabilidade, cordialidade, carinho, caridade, fraternidade. Significa a participação da pessoa humana na graça de Deus: Maria recebeu uma imensa graça, mas correspondeu a ela, nunca voltando atrás pelo pecado. Significa também a união física de Maria com Jesus: “Durante 9 meses, a vida do Filho de Deus encarnado pulsou ritmicamente com a de Maria. Tal ligação nunca foi interrompida; antes, foi reforçada desde que Maria está no céu em corpo e alma” (Missal Cotidiano).
Que a devoção ao Coração de Maria torne íntima a ligação de nosso coração ao Coração de Jesus, levando-nos a Ter o pensamento em Deus, a amar as pessoas como Deus as ama, a nos aproximarmos da pureza do Coração de Maria e a atuarmos ativamente na concretização do Reino de Deus no mundo, particularmente nesta nossa Diocese de Nova Iguaçu, onde vivemos e onde devemos testemunhar a nossa fé.
08/06/2002
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