A PRESENÇA DO SENHOR NA MISSA


Se perguntássemos a todos os fiéis que participam em nossa Paróquia Santo Antônio de Jacutinga onde o Senhor Jesus Cristo está presente durante a missa, com certeza a grande maioria responderia: na hóstia consagrada, na Eucaristia ou outra expressão similar.
Esta resposta, ao mesmo tempo em que está correta, encontra-se empobrecida, uma vez que a presença do Senhor, conforme ensina o Magistério da Igreja, acontece de outras formas, muitas vezes não apreendidas por nós. A infinita riqueza que Deus legou à sua Igreja fica, assim, restrita à presença — imprescindível e real — de Cristo na Santa Eucaristia, não sendo, porém, a única.
Para que vivamos mais plena e conscientemente a nossa fé, dentro da fecundidade doada por Deus à sua Igreja, faz-se necessário abrirmo-nos a todas as situações em que Ele se faz presente.
O Magistério nos aponta quatro momentos em que o Senhor se faz presente no meio de nós na missa, conforme exposto na “Instrução Geral sobre o Missal Romano”: 1) na comunidade reunida; 2) nas leituras bíblicas; 3) na pessoa do sacerdote; e 4) no pão e no vinho consagrados.
Como podemos apreender a Sua presença nesses momentos?
Na comunidade reunida, logo após o sinal da cruz que dá início à celebração, o sacerdote, pela saudação “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam sempre convosco” (ou outra similar), expressa à comunidade a presença do Senhor. Esta saudação e a resposta do povo (“Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo”) exprimem o mistério da Igreja reunida: a presença do Senhor no meio de nós.
Nas leituras bíblicas, “explanadas pela homilia, Deus fala a seu povo (SC 33), revela o mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua palavra, se acha presente no meio dos fiéis (SC 7)”. Aclamar o Evangelho não é executar um canto bonito, mas reconhecer e professar que é Cristo quem está presente e nos fala.
O sacerdote, “que na sociedade dos fiéis tem o poder sagrado da Ordem para oferecer o sacrifício em nome do Cristo (PO 2; LG 28)”; “pelo seu modo de agir e proferir as palavras divinas” deve “sugerir aos fiéis uma presença viva do Cristo”.
“A Igreja dispôs toda a celebração da liturgia eucarística em partes que correspondem às palavras e gestos de Cristo”. “Na preparação das oferendas, levam-se ao altar o pão e o vinho com água, isto é, aqueles elementos que Cristo tomou em suas mãos” na última Ceia. “Na Oração Eucarística rendem-se graças a Deus por toda a obra salvífica, e as oferendas tornam-se Corpo e Sangue de Cristo”. Observe-se que a “Instrução Geral sobre o Missal Romano” diz “na Oração Eucarística” e não apenas no momento da consagração; portanto, as oferendas tornam-se Corpo e Sangue de Cristo” após a conclusão da Oração Eucarística: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a Vós, Deus Pau todo-poderoso, toda a honra e toda a glória, agora e para sempre”.
Com este curto esclarecimento, gostaríamos de atingir alguns objetivos:
1.o) que cada católico que lesse este texto procurasse sentir a presença do Senhor em todos os momentos da Missa, participando ativamente com toda fé, todo amor e todo respeito, desde os ritos iniciais até a bênção final;
2.o) que nas comunidades em que, por carência de sacerdotes, for realizada a Celebração da Palavra, a presença do Senhor fosse sentida plenamente através da comunidade reunida e nas leituras bíblicas, pois sua presença ali é real;
3.o) que todos os nossos queridos irmãos privados, por alguma razão, da participação na Eucaristia não se sentissem jamais excluídos pelo Senhor, pois Ele se faz presente nos demais momentos da celebração, amando e acolhendo a cada um de nós.

setembro de 2001

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